Friday, April 6, 2012

Palestra da Zaha Hadid

Como dito, la vai um resumo do que aprendi na palestra da Zaha Hadid...

No início da palestra, Zaha Hadid mostrou vários quadros que fez no começo de sua carreia. Seus quadros, apesar de abstratos, eram representação de urbanismo e arquitetura com diferentes perspectivas. O intuito disso era que o publico pudesse ver e entender de onde originou seu trabalho em arquitetura. Com isso em mente, seu próximo passo foi mostrar seus “masterplans” para cidades. Esses eram desenhos urbanos para lotes de edifícios e centros culturais e sócias de cidades em desenvolvimento. Um exemplo era o “masterplan” para a cidade de Singapura, e com este já é possível ver como ela tende a desenhar formas sinuosas e integradas.



Quadro

Masterplan de Singapura


É possível perceber que os desenhos dela, especialmente o “masterplan”, seguem uma conceito onde a sinuosidade fui com a topografia do terreno. Mais para a frente da palestra essas suspeitas foram confirmadas, e seus projetos de grandes edifícios são evoluções deste conceito. Zaha disse que esta ideia de criar uma arquitetura que segue a topografia do terreno não só integra os edifícios ao espaço natural, mas também aos outros edifícios que seguem a mesma mentalidade.

O primeiro projeto que Hadid mostrou foi de seu Centro Aquático em Londres, para as olimpíadas. A forma do estadio se assemelha a uma baleia, que tem formas sinuosas e é um animal aquático. A estrutura do teto, feita de treliças de aço, é coberta por vidro fume braco, que cria uma estelica leve e continua. Os vidros permitem que a luminosidade entre no centro aquático, mas de uma maneira que não incomode quem esta dentro. A transparência em cima da piscina olímpica é completa, deixando uma visibilidade livre do céu durante competições. A estrutura da construção, de concreto, se integra com o resta do edifício e da uma sensação de estabilidade.




Centro Aquático de Londres


Sua próxima ideia de usar vidro junto com suas formas topográficas, foi transmitida pelo projeto feito em Roma. O MAXXI, construído na margem do Rio Tiber, teve seu desenho inspirado nas curvas do próprio rio. O interior foi criado de maneira extremamente simples: tudo em branco e somente as escadarias pretas. Ao desenvolver a ideia de desenhar a forma de um edifício a partir do rio que o cerca, Zaha também mostrou o seu projeto do Museu do Transporte em Glasgow. Estes foram projetos que mostraram bem como Hadid conseguiu integrar bem sua arquitetura contemporânea em cidades mais antigas.



Maquete do Rome MAXII


Museu do Transporte em Glasgow

Após isto, Zaha Hadid comentou em seu projeto da Opera de Guangzhou. Sua inspiração para o interior foi uma ostra. A cor champanhe, tem o proposito de ser fino e remeter mais uma vez ao interior do animal. As luzes entrando por pequenos furos no teto se integram perfeitamente ao projeto. Também foi mostrado a Opera de Dubai, cuja volumetria foi inspirado em uma duna de areia, que é muito comum no local. A estruturas de aço, fibra de vidro e concreto, foram um dos fatores que ajudaram a possibilitar a estética destes edifícios. Com estes projetos, se vê que há uma grande influencia da natureza nos desenhos de Zaha; ambos da terra e da água.


Opera de Guangzhou

Maquete da Opera de Dubai

Chegando ao final de sua palestra, Hadid mostrou seu projeto para a Sede da BMW, quem tem um desenho bem contemporâneo. As faixas de luz e a volumetria remetem à arquitetura imaginaria do filme Tron: o Legado. Estranhamente, é possível considerar que o que Zaha tenta criar e o que filmes futuristas mostram como arquitetura não são tao longe um do outro. Portanto não duvido que o futuramente exista cada vez mais arquitetura com esse estilo sinuoso e contemporâneo.


Sede da BMW


 Cidade no filme Tron: o Legado


Espero de tenham gostado.

Abração





Thursday, April 5, 2012

Palestra do Shigeru Ban

Hoje lhes conto o que aprendi com a palestra de Shigeru Ban realizada na sexta dia 30/03 pelo Arq.Futuro no Rio de Janeiro. Acordei 5.30 da manha para chegar la, e tive sorte que a palestra atrasou porque peguei transito do aeroporto ate o Jardim Botânico, onde foi realizada a palestra. Bom, sem mais delongas, preparem-se que esse ta detalhado, mas vale a pena.

Na introdução de Shigeru Ban ao palco, uma citação foi dita: “Não é necessário um material forte para se ter uma estrutura forte”. Usando este ideal, Ban criou e cria várias estruturas a base de rolos de papel reciclável. A palestra cobriu os projetos em ordem cronológica e desta maneira foi possível entender como a mentalidade, e consequentemente a arquitetura de Ban, evoluiu.

No início, Ban discutiu a maneira como grandes construções, como estádios e parlamentos, são encomendados por governos para mostrar seu poder e imponência. Também foi dito que as piores consequências de desastres naturais são causadas pelos homens; um exemplo sendo construindo edifícios que acabam caindo e matando varias pessoas em um terremoto. Com isso em mente, Ban partiu para seu primeiro projeto: uma exibição para Alvar Alto, seu arquiteto favorito. Ao procurar um substituto para madeira, Ban percebeu q havia vários papeis espalhados por seu escritório e ao olhar para a maquina de fax, viu um rolo de papel. Neste momento resolveu tentar usar rolos de papel para criar estruturas eficientes e de baixo custo. Com esta mesma ideia projetou uma cadeira pré-fabricada para moradias de custo reduzido.


Exibição para Alvar Alto

Cadeira de Shigeru Ban

O próximo projetos que Shigeru mostrou foi uma casa em Long Island feita de madeira compensada. Seu proposito era ser uma casa esteticamente agradável e de baixo custo. Isto foi feito pelo usa da madeira compensada e pelo fato q as peças eram pré-fabricadas. Tendo em mente que peças pré-fabricadas são mais baratas, seu próximo projeto foi o Bianimale Nomadic Museum, que utilizou não só uma estrutura de rolos de papel de 10 metros de altura e 75 cm de diâmetro, mas também com paredes de antigos “containers” de navios. A ideia de usar “containers” foi concebida porque o projeto ficava em um pier em Nova York e já haviam vários la, tornando o projeto sustentável. Este museu foi tão bem concebido que após o termino da exibição, a construção foi modificada e levada para o pier de Santa Mônica, onde esta ate hoje. Isto já é uma boa prova da durabilidade das construções de papel de Ban.

Bianimale Nomadic Museum

Inspirado na famosa Farnsworth de Mies Van de Rohe, e combinando com a antiga técnica japonesa de separar cômodos com painéis de papel, Ban concebeu uma casa de “picture windows”. A ideia era criar uma casa moderna com completa visibilidade e ao construir esta casa em um local não urbano, a vista ficou inacreditável. Esta ideia de visibilidade junto à ideia de uma casa sem separação entre cômodos, fez com que Ban criasse persianas retrateis de vidro que foram usadas no seu projeto para o prédio da Swatch. Esta ideia permitiu que com um terreno com fachada pequena, varias lojas pudessem ter vitrines e não só a que ficaria no piso térreo.

Picture Windows House

Swatch Headquarters

O próximo ponto discutido foi como Shigeru usou madeira de maneira que fosse resistente a fogo. Ele criou uma estrutura de aço revestida por placas de madeira. Nesta maneira a medeira queimaria e tornaria resistente ao fogo, caso houvesse algum, e a estrutura ficaria de pé. Foi dito que 45 mm de espessura da madeira tem proteção de 1 hora ao fogo.

Ao olhar um chapéu chines, Ban teve a ideia de criar uma estrutura com um formato similar. Isto resultou no seu projeto do novo Centro Pompidou em Metz. As colunas que o mantem de pé foram inspiradas em “tees” de golfe.

Chapéu chines

Centre Pompidou em Metz

Posteriormente, Ban descreveu seus projetos que usaram rolos de papel como a Paper House, que é sua casa de veraneio, entre outras. Discutiu o Hanover Pavilion, que teve influencias de seus trabalhos anteriores, mas com a intenção de ser puramente temporário e que com o final da exposição, todo o material usado fosse rapidamente retirado e reciclado pra reutilização. Para manter o formato irregular da estrutura estável, o pavilhão foi construído com antenas que detectavam qualquer irregularidade na estrutura, permitindo que fosse rapidamente consertado. Para proteger da chuva, e possível fogo, uma camada de PVC foi fabricada em torno dos rolos de papel.

Sua palestra então progrediu para seus trabalhos mais recentes com casas temporárias para refugiados. Patrocinado pela ONU, Shigeru descartou as ideias anteriores de usar madeira e alumínio, e criou casas de papel reciclável. Desta maneira, suas casas eram sustentável e baratas. Um dos projetos foi tao simples que cada casa somente custava 50 dólares para ser construída. Nessa época Shigeru começou a usar a mão de obra local para criar estas casas de refugiados. Neste embalo, varias propostas surgiram onde Ban criou casas sustentáveis em vários países na Africa, um centro de concerto temporário em L'aquila, divisões de papel para vitimas de tsunami no Japão que habitavam um ginásio e havia falta de privacidade, etc.

Divisões de papel no ginásio 

Casas de 50 dólares

No final da palestra Ban respondeu perguntas da plateia. Uma em particular foi muito interessante. Ao receber a pergunta de futuros planos para casas sustentáveis no Brasil, Shigeru disse que ficaria muito honrado em receber qualquer oferta de ajudar o Brasil com habitação. Momentos após a palestra, a ministra da cultura ligou para Ban e o convidou a usar madeira apreendida na Amazônia para criar uma escola e moradias para os moradores do local. Ban disse que aceitou a proposta. E com isso, esperamos que essa iniciativa inspire varias outras para a evolução social de nosso pais.

Próximo post: Palestra da Zaha Hadid

Abraço do Sammy